FEUDALISMO
·
Séc. IV à IX – Alta Idade Média: Invasões
bárbaras, principalmente os germânicos.
·
Séc. X à XIII – Idade Média Central: Poder se fragmenta (se divide) e contribuem
para o estabelecimento e consolidação do feudalismo.
·
Séc. XIV à XV – Baixa Idade Média: Crise no
feudalismo, com rebeliões camponesas e centralização do poder nas mãos dos
reis.
Relação entre suserania e
vassalagem
Para obter proteção, os nobres, e
também o rei, confiavam terras (feudos) a um vassalo. Esse nobre, em troca de
terra, estabelecia uma relação de fidelidade e ficava obrigado à prestação de
fidelidade e ficava obrigado à prestação de serviços militares àquele que lhe
cedeu a terra, seu suserano. O feudo consistia na doação de um bem para que o
vassalo tirasse dele sua renda. O feudo mais comum era uma porção de terra, mas
existiam outros tipos, como o direito de exploração de pontes ou ainda o
pagamento de uma quantia em dinheiro. Criava se entre suserania e vassalagem
uma relação de fidelidade e dependência: o vassalo aconselhava o suserano,
ajudava o militar e financeiramente; o suserano protegia o vassalo e o feudo.
Os vassalos também podiam tornar se suseranos de outros vassalos, cedendo lhes
um feudo menor que o seu. Os senhores que recebiam as terras diretamente do rei
consideravam se seus pares, eram iguais a ele.
Na sociedade medieval havia aqueles que nasciam para orar, ou seja,
pessoas que nasciam e cresciam sendo preparados para seguir a vida clerical
(clero, igreja), haviam também aqueles que nasciam para guerrear, ou seja,
filhos de nobres, geralmente dos patrícios (grandes proprietários romanos) ou
guerreiros germânicos, que a partir do 10 anos já aprendia a montar e caçar a
cavalo, além de manejar lanças e clavas, entre outras armas e por fim aqueles
que nasceram para trabalhar, ou seja, os servos, sendo esses camponeses ( a maioria ), também artesãos, ceramistas,
ferreiros, carpinteiros, taberneiros, marinheiros, pescadores, artistas e
músicos. O feudo era uma grande
propriedade rural dividida em três partes: manso
senhorial, os castelos (residência do Sr. Feudal), os moinhos, o forno e a
forja, ali também se encontravam as terras cultivadas pelos camponeses para o
sustento da família senhorial; o manso
servil, composto por terras arrendadas aos camponeses, de onde tiravam a
subsistência de sua família. Entregavam parte da produção aos senhores; e as terras comunais, formado por florestas,
bosques e pastos. Para defender se de invasão estrangeiras e bandidos que
saquearam suas terras e maltratavam suas famílias, os servos punham se sob a
proteção de um nobre proprietário de terras. Em troca, prestavam lhe um
juramento de fidelidade e passavam a dever lhe uma série de obrigações e taxas.
A prestação obrigatória de serviços chamava se corveia e consistia em dedicar dois ou três dias da semana ao
trabalho nas terras do senhor na construção de estradas e pontes. Para utilizar
equipamentos como os moinhos, a prensa, a forja ou o forno, o camponês pagava a
banalidade. A mão morta é outro imposto que a família do servo paga caso o servo
venha a falecer. O imposto chamado talha fazia com que parte da produção
camponesa fosse entregue ao senhor. Os vilões
eram camponeses livres que podiam circular livremente, inclusive mudar de
senhorio. Suas obrigações eram estabelecidas por contrato de trabalho, pagavam
alguma taxa e, em geral, possuíam seus próprios instrumentos de trabalho e
alguns animais. O filho mais velho do camponês tinha seu destino traçado: auxiliar
o pai para mais tarde sucedê-lo. No
século XI, à medida que as invasões de povos do norte da Europa foram cessando,
ocorreu na Europa ocidental grande aumento populacional. O crescimento da
população permitiu que os senhores feudais aumentassem suas rendas, uma vez que
se ampliou significativamente o número de servos. É pela exploração do trabalho
servil que a riqueza do senhor se constitui no feudalismo. A nova situação
exigiu que ampliasse a área cultivada para suprir as necessidades de alimento e
vestuário do número crescente de pessoas. Para tanto, derrubaram se muitas
florestas, pois os avanços técnicos (novo tipo de arado, novo modo de arrear os
animais, rodízio de cultivos nos campos) não foram suficientes para que os
agricultores produzissem mais na mesma área de terra. Assim, quando o solo
perdia sua fertilidade, eles iam em busca de novas terras, destruindo mais áreas
de floresta. Isso não ocorreu sem
provocar desequilíbrio ecológicos, como a modificação do regime das águas, a
extinção de espécies animais e alteração de temperatura, acentuando se o calor
no verão e o frio no inverno. A peste
negra, trazida por navios mercantes na região do Mar Negro, disseminou se
rapidamente em consequência das precárias condições de higiene e saúde que
estava submetida a população europeia.
Não podemos, contudo, explicar a crise do feudalismo apenas pela ocorrência
da peste negra e pela escassa oferta de alimentos nos mercados. Desde pelo
menos o século XII, já vinham ocorrendo transformações nas relações entre
senhores e servos. Com o crescimento do comércio, os senhores feudais passaram
a ter mais acesso às mercadorias de luxo vindas do Oriente. Para comprá-las,
era necessário dinheiro. Por isso o pagamento de obrigações e taxas, como a
corveia e talha, passou a ser feito apenas em dinheiro, e não mais em produtos.
Nos séculos seguintes, esse processo continuaria, em diferentes intensidades,
em várias partes do continente europeu.
O ESPÍRITO DAS
CRUZADAS
As cruzadas foram expedições
militares realizadas entre os séculos XI e XIII, promovidas pela Igreja
Católica com o objetivo de combater os não cristãos, pois eram consideradas
inimigos infiéis.
Mas que relação existe entre a busca cristã de um paraíso terrestre
e o espírito das Cruzadas?
Em 1905, o papa inaugurou a
primeira Cruzada dizendo que “a todos os que partirem e morrerem no caminho, em
terra ou mar, ou que perderem a vida combatendo os pagãos, será concedida a
remissão dos pecados”. O papa afirmava ainda: “A terra que habitam é estreita e
miserável, mas no território sagrado do Oriente há extensões de onde jorram
leite e mel”. Assim, pode-se dizer que participar de um Cruzada, cavalgar,
navegar ou caminhar até o Oriente, colocar a vida em risco, enfrentar a guerra
e o medo seriam formas de estar mais próximo da salvação, do ideal de retorno
ao paraíso do qual o homem teria sido expulso. O historiador Hilário Franco
Junior faz a seguinte relação entre o espírito
de cruzadas e a mentalidade medieval: “Deus é o senhor do mundo e os homens
como seus vassalos devem servi-lo, recuperando as regiões roubadas pelos infiéis,
pagãos e heréticos; a Cruzada é exercício de penitentes, de pecadores buscando
indulgência.
A primeira Cruzada, formada por
nobre e comandada pelo próprio papa, partiu em 1906 com destino a Jerusalém,
onde chegou em 1099, depois de atravessar grande parte da Europa pela via
terrestre. Os cristãos conseguiram conquistar Jerusalém, que depois seria
retomada pelos muçulmanos. O quadro a seguir sintetiza os objetivos de cada uma
das Cruzadas, o objetivo da maioria das Cruzadas era lutar contra os
muçulmanos, considerados infiéis cristãos. O espírito das Cruzadas sobreviveu
por séculos no homem europeu. As viagens que resultaram na sua chegada à
América não pretendiam somente buscar riquezas, mas mergulhar no desconhecido,
na perigosa aventura de enfrentar o mar para encontrar, quem sabe, o paraíso.
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